quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Oxum---um apanhado.....

Oxum é a divindade dos rios e da beleza. Dizem que ela é tão
delicada como o fluxo de um riacho entre as pedras, mas também tão
poderosa como uma cachoeira. Dança em um ritmo chamado ijexa, se
olhando vaidosa no espelho que segura e se arrumando na beira do
rio. Suas cores são o amarelo e dourado. Seu dia é sábado e sua
saudação é “Ore Yeyé O”.


África

Osun - (Oshun ou Oschun) na Mitologia Yoruba, é um orixá feminino,
seu nome deriva do rio Osun que corre na Iorubalândia, na região
nigeriana de Ijexá e Ijebu.
Em seu livro Orixás, Pierre Fatumbi Verger relata que os iorubás
acreditam haver 16 qualidades de Oxuns que se relacionam cada qual a
uma profundidade desse rio. As mais velhas ou mais antigas são
encontradas nos locais mais profundos, enquanto as mais jovens
respondem pelos mais rasos.


Brasil

Candomblé Bantu: A Nkisi Ndandalunda, Senhora da fertilidade, e da
Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi, tem semelhanças com
Oxum.

Candomblé Ketu: Divindade das águas doces, Oxum é a padroeira da
gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que
desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege,
também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo
carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.
Orixá do amor, da prosperidade e da beleza, em sua qualidade Ipondá,
é a mãe de Logunedé, orixá menino que compartilha dos seus axés.
Ambos dançam ao som do ritmo ijexá, toque que recebe o nome de sua
região de origem, com o abebé nas mãos, um espelho de metal no qual
a beleza se reflete.
Em Oxum, os fiéis também buscam auxílio para a solução de problemas
no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões e na vida
financeira, tanto que muitas vezes é chamada de Senhora do Ouro.
Na natureza, o culto à Oxum costuma ser realizado nas cachoeiras e,
mais raramente, próximo às fontes de águas minerais. Sincretizada
com diversas Nossas Senhoras, na Bahia ela é tida como Nossa Senhora
das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres e muitas vezes derrama
lágrimas ao incorporar, um fenômeno que se assemelha às lágrimas
manifestadas em várias imagens de Nossa Senhora pelo mundo todo.





ARQUÉTIPO_________________________________________________________________


O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com
paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que
são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém
mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à
qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora
escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão
social.

(Do livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio")



O presente tema apresenta, como personagem central, o Orixá Oxun,
deusa do amor, das águas doces, da beleza e da feminilidade.
Oxun teria nascido de uma concha depositada por sua mãe Yemanjá, na
margens de um grande rio ao qual empresta o seu nome, Rio Oxun, em
yorubá "Odô Oxun".
É nos locais mais profundos deste rio, entre as localidades de
Iguedé onde nasce e Leké, onde desemboca numa lagoa, que Oxun é
originalmente cultuada, tendo o seu templo principal edificado nesta
região, na aldeia de Oxogbo, palavra do dialeto yorubá que
significa: "Oxun atingiu a maturidade".
No percurso do rio, que corresponde à trajetória do próprio Orixá,
Oxun assume diferentes características, todas ligadas à maneira de
ser das mulheres, de seu caráter e atitudes, de suas qualidades e
defeitos.
Assim, o africano se refere à diferentes "caminhos" deste Orixá, que
serão descritos de forma particular, sempre comparados a situações
específicas do procedimento feminino.
Temos então, Oxun Kayode, representada pela dança de Oxun, repleta
de movimentos que denotam a sensualidade revelada na maneira de
andar, de se movimentar e de proceder das mulheres.
Yeye Kare representa o culto à beleza e à vaidade feminina, é
descrita como "O Espírito que se reflete no espelho", motivo pelo
qual Oxun está permanentemente se admirando na superfície de um
espelho, do qual não se separa nunca.
O gosto pela riqueza, pela opulência e pelo uso de jóias e adornos
se revela no caminho de Oxun Bumi, onde a yagbá cobre-se de
pulseiras, brincos e colares de ouro, metal que lhe pertence por
direito e ao qual está ligada de todas as formas.
Oxun Sekese representa a aparente fragilidade feminina, artifício
usado para obter a proteção dos representantes do sexo masculino.
Oxun Ibukola é a sedutora irresistível e representa o poder de
sedução feminino.
O espírito maternal é representado por três diferentes caminhos onde
Oxun Fumike proporciona a possibilidade de gerar filhos, Oxun Oxogbô
assiste a mulher na hora do parto, desempenhando aí, a função de
parteira e Oxun Funke é a mestra, representando a mãe que orienta e
ensina aos filhos as primeiras palavras e passos no seu primeiro
contacto com o mundo e com a própria vida.
Oxun Miwa, o Espirito das Águas Doces, está, de certa forma, ligada
ao processo de gestação e dizem que assiste e protege o feto durante
todo o período de gravidez, sendo a dona do líquido aminiótico.
A inconstância do caráter feminino é representada por Oxun Akura
Ibú, que se faz presente nos locais de encontro das águas do rio com
as do mar.
A mulher guerreira, batalhadora e belicosa é representada por quatro
caminhos de Oxun, nos quais porta sempre uma espada. Nestes caminhos
a Orixá é conhecida como: Oxun Apará, Oxun Oke, Oxun Ipondá e Yeye
Iberin, todas consideradas como guerreira poderosas.
A mulher madura, consciente de sua graça e elegância, revestida de
respeito e classe é representada por Oxun Ede.
A partir daí, Oxun assume características relacionadas à mulher
envelhecida, cheia de manias e preconceitos, ranzinza e implicante e
é então representada por Oxun Ogá.
No último caminho, vamos encontrar Oxun Abotô, considerada velha e
decrépita e envolvida em ações misteriosas e obscuras relacionadas,
talvez, à prática da feitiçaria.
Oxun, então, assume e revela todo o poder feiticeiro da mulher.
Desprovida agora de escrúpulos e do sentimento de piedade, contesta
a pseudo superioridade do macho e cria uma sociedade secreta
estritamente matriarcal denominada Sociedade Gueledé, onde a face
maligna é encoberta por máscaras muitíssimo elaboradas. É Oxun Awe
quem se encarrega de organizar esta sociedade onde o homem não tem
vez, devendo, tão somente, submeter-se de bom grado às exigências de
suas líderes.
Oxun, reunindo em si mesma todas as diferentes manifestações
anteriormente descritas, assume para si o absurdo poder de Yámi Ajé
- a Mãe Feiticeira – e, investida deste poder, controla a vida e a
morte, punindo ou premiando indiscriminadamente, sem senso de
justiça e sem julgamento.
Aí, é representada pela grande cabaça Igbadu, símbolo do ventre
gerador, encimada pelo pássaro Oxorongá, representação do poder
feiticeiro ilimitado que pode enviar aonde bem entender de acordo
com sua conveniência. Surpreendentemente, determina que esta cabaça
jamais seja vista ou cultuada por mulheres.


OXUN NO BRASIL

Estabelecido em definitivo o culto no Brasil, outras manifestações
de Oxun podem ser verificadas nos tradicionais terreiros ou roças de
candomblé.
Enquanto na África, as diferentes manifestações são consideradas
como caminhos percorridos por Oxun como uma única entidade, no
Brasil considera-se cada "qualidade" como sendo um Orixá diferente e
assim, Oxun deixa de ser uma só e diferentes Oxuns, componentes de
uma grande família serão cultuadas de acordo com cada diferente
qualidade.
Desta forma, Oxun Ijumú, considerada a rainha de todas as Oxuns está
ligada ao aspecto de Yamí Ajé, ostentando, por isto, o título de
Yalode.
Oxun Ayalá teria sido mulher de Ogun com quem trabalhava na forja,
acionando o fole para atiçar as brasas. Conta a lenda que o fole
acionado por Oxun Ayalá produzia um som ritmado e muito agradável.
Atraído por este som, Egun pôs-se a dançar diante da ferramentaria,
atraindo um grande número de assistentes que por ali passavam.
Encantados com o bailado de Egun os passantes lhe fizeram muitas
oferendas de dinheiro, o que o deixou feliz e vaidoso.
Ao saber que Egun estava ganhando dinheiro com sua apresentação,
Oxun exigiu que metade da renda obtida fosse dividida com ela, caso
contrário, não acionaria mais o fole que produzia o ritmo sem o qual
Egun não poderia mais dançar. Sem alternativas, Egun teve que
aceitar a exigência da Yagbá passando, a partir de então, a dividir
com ela tudo o que ganhava em suas apresentações. Esta Oxun além de
sua ligação com Ogun Alagbede tem sérios fundamentos com Egun.
Oxun Abalú, também conhecida como Oxun Abotô é considerada como
sendo a mais velha de todas. É muito ciumenta e adora receber
hortências como oferenda. Sua ligação com Omolú o Orixá da peste,
tido como o médico dos pobres, é notável e segundo dizem, acompanha
este Orixá em suas andanças pelos quatro cantos do mundo.
Oxun Ipetú é a guardiã dos segredos insondáveis. Sobre esta Oxun
pouco se sabe e nada se fala. A simples pronúncia de seu nome é
revestida de muito respeito e considerada quase como um tabu.
Oxun Popolokun, também revestida de uma enorme aura de mistério, é
cultuada em lagoas de águas profundas, onde estabelece a sua
residência. Conta a lenda que esta Oxun costuma aprisionar em seu
reino aqueles que se aventuram a mergulhar em suas águas.
Oxun Apará é a poderosa guerreira que acompanha Ogun em suas
campanhas, porta um sabre que manipula com força e destreza. Esta
Oxun tem fundamento com Yemanjá, de quem é filha e com quem costuma
comer.
Da mesma forma que Apará, Oxun Ipondá é guerreira e dona de caráter
irrascível. Esta Oxun costuma formar, junto com Oyá, uma dupla de
combatentes invencíveis.
Existe assim uma Oxun denominada Yeye Oloko, que habita nos
mananciais d’água existentes no interior das florestas mantendo
ligações fundamentais com Oxóssi e Osain.
Como vimos, Oxun representa a feminilidade em todos os seus
diferentes aspectos.
Seu charme e inteligência proporcionaram-lhe a possibilidade de ter
sido, por escolha própria, esposa de inúmeros Orixás, com exceção de
Obatalá, de quem seria a filha dileta e de Exu, com quem sempre
manteve uma relação de amizade fraternal e cumplicidade.
Como esposa de Orunmilá - Senhor e Patrono do Oráculo de Ifá – Oxun
recebe o título de primeira Apetebí, dado até hoje às sacerdotisas
do culto de Orunmilá e às esposas de sue sacerdotes, os babalaôs.
Uma lenda narra de que forma Oxun, com o auxílio de Exu, roubou o
segredo dos 16 signos do Sistema Oracular de Ifá, os 16 Odu-Meji,
criando com isto um novo sistema divinatório, o jogo de búzios,
proporcionando condições para que as mulheres pudessem proceder à
adivinhação, o que anteriormente era exclusividade dos homens.
Dentre as figuras do oráculo, destacamos o Odu Oxe Meji, através do
qual Oxun se comunica com os seres humanos.
Uma outra lenda, ressaltando a astúcia de Oxun, narra que Xangô o
poderoso Orixá do trovão possuía três esposas, Oyá, Obá e Oxun,
sendo que a última era a sua favorita. Ansiosa por receber maiores
atenções do marido, Obá pediu que Oxun lhe ensinasse o feitiço que
havia feito para conquistar o coração de Xangô. Ardilosa e
maldosamente a bela senhora orientou a concorrente para que cortasse
uma de suas orelhas e que a servisse depois de cozida, como alimento
ao marido.
Obá, acreditando na sinceridade de Oxun, não hesitou em decepar a
própria orelha e com ela preparar um belo prato, de acordo com o
gosto de Xangô. Ao deparar-se com o alimento que a mulher lhe
servia, Xangô, indignado, expulsou Obá do palácio real, terminado
assim, com qualquer possibilidade de um dia vir a ser a sua
favorita. A partir de então, Obá e Oxun tornaram-se inimigas
irreconciliáveis,
Em outra ocasião, Oxun apaixona-se por Oxóssi que vinha diáriamente
banhar-se nas águas do rio, no local exato em que ela morava. De
todas as formas, tentava atrair o caçador para dentro do rio onde
pretendia entregar-se a ele.
Oxóssi, que não sabia nadar, embora atraído pela beleza de Oxun, não
ousava arriscar-se na correnteza e, desta forma, o ato de amor não
se consumava. Enlouquecida pela paixão, Oxun arquitetou um plano e
fez com que Oxóssi comesse uma iguaria preparada à base de mel de
abelhas. Exu foi encarregado de entregar à Oxóssi o doce feito por
Oxun e, desta forma, após comer a deliciosa torta, Oxóssi,
enfeitiçado, perdeu o sentido de perigo e, atirando-se às águas,
deixou-se levar pelos encantos da bela senhora.
Satisfeita em seu desejo, Oxun simplesmente abandonou o amante ao
sabor da corrente e Oxóssi, sem saber nadar, sucumbiu, tragado que
foi pelas águas do rio. Desta união, nasceu Logunedé, Orixá menino,
que possui características do pai, atuando como caçador e vivendo
dentro das matas durante um certo período e, noutro período,
assumindo as características de sua mãe, vive da pesca e reside nas
águas do rio.
O culto à Oxun se destaca por características próprias e é na
cadência do ritmo ijexá que ela se apresenta, espargindo o perfume
da água-de-cheiro, dançando de forma sensual e maliciosa, envolvendo
a todos na magia do bailado onde exalta todos os seus aspectos de
deusa-mulher e contagiando de tal forma os presentes que,
repentinamente, todos agitam os próprios corpos ao som irresistível
dos atabaques, gans, agogôs e afoxés, como crianças embaladas pela
magia dos cânticos da Grande Mãe.
Esta é Oxun, a Deusa do Amor, a Senhora do Ouro e do Mel, a Rainha
das Águas Doces, dos Rios e das Cachoeiras.
Esta é Oxun, a Vênus Negra, nossa Mãe Transcedental, a quem saudamos
efusiva e respeitosamente:
Ore Yeye ô!


OXUN NO CARIBE

Entre os povos do Caribe, por influência dos escravos negros, o
culto aos Orixás se expandiu e, em Cuba, é conhecido como
"Santeria".
Muitas são as lendas conhecidas naquele país que descrevem a
trajetória dos Orixás tentando, sempre de forma alegórica, explicar
sua relação com a natureza e com os seres humanos.
Oxun, uma das mais importantes personagens do panteão afro-cubano,
está ligada a diversos aspectos da natureza como as águas doces, as
cachoeiras, o ouro, o mel e a reprodução das espécies.
Representa a luta pela vida e pela sobrevivência. Deusa do amor e
senhora dos cursos d'água, sua primeira manifestação teria ocorrido,
segundo uma lenda, numa concha na beira de um rio.
Segundo os povos do Caribe, Oxun é filha de Nanan e de Obatalá e
gerou filhos ao acasalar-se com Obatalá, Orunmilá e Oxóssi.
Com Orunmilá, gerou Poroyé, do sexo feminino. Com Odé gerou Logun
Edé, Orixá masculino mas, devido à sua delicadeza e infantilidade,
visto como andrógino e, com Obatalá, gerou Olosá ou Oloxá, entidade
feminina que vive tanto nas águas dos rios quanto nas águas do
oceano.
Sua relação sexual com Obatalá, seu pai, considerada como quebra de
um tabu rigoroso, é o segredo contido nos itans de Ifá que se
referem à uma relação incestuosa entre os Odus Ofun Meji e Oxe Meji,
depois da qual Ofun, que sendo o mais velho dentre os dezesseis Odus
de Ifá, cede sua primogenitura à Ejiogbe, passando, a partir de
então, a ocupar o último lugar entre os Agba Odu ou Odu Meji.
Oxun exercia entre os Orixás, o cargo de cozinheira e, exigindo
deles uma possibilidade de participar de funções mais importantes,
lançou sobre toda a criação uma maldição que impedia a continuidade
da vida sobre a Terra. Para que tal praga fosse retirada exigiu uma
posição de destaque entre os principais Orixás, obtendo, desta
forma, o respeito e a submissão de Obatalá a quem provara
representar o poder gerador feminino.
Teria vivido com Ajagunan, Orixá Funfun de caráter belicoso, tendo
abandonado sua companhia em decorrência da grande quantidade de
igbíns que este Orixá comia e que sendo a representação viva do
elemento água, é uma de suas maiores interdições.
Uma das principais atribuições deste Orixá é cuidar do
desenvolvimento dos seres humanos a partir da fecundação, função
esta que exerce com muita dedicação, acompanhando o desenvolvimento
do embrião, passando pelo período fetal e só entregando aos cuidados
do seu próprio Orixá a criança que já possa reclamar a atenção de
seus pais demonstrando de alguma forma, sua necessidades pessoais.
Além de Obatalá, Orunmilá, Oxóssi e Ajagunan, Oxun teria sido mulher
de Osain, Xakpanan, Xangô, Aganjú, Orixaoko e Inle.
Segundo afirmam, seu grande amor teria sido Oxóssi e sua união mais
conveniente teria sido com Orunmilá, com quem adquiriu coroa e
saber.
Dentre os Orixás femininos, Oxun é a única que pode ouvir a palavra
de Ifá, o "Orô Orunmilá".
Oxun é dona do mel e da doçura, possui um belo sorriso que muitas
vezes utiliza para augurar um desastre que, propositadamente,
provoca na vida de alguém através do seu poder de Iyami Ajé, o mesmo
poder utilizado para obter a importante posição que hoje ocupa,
reconhecida até por Obatalá, o pai da criação.
Oxun é amor, ternura, paixão, desejo e sexualidade, da mesma forma
que é dor, pranto, ódio, vingança e castigo.
É a personificação do amor maternal e senhora do poder genitor
feminino representado pelo sangue menstrual que é simbolizado pelas
penas vermelhas "ekodidé". Estas mesmas atribuições lhe conferem o
poder de Iyami Ajé, Senhora do Pássaro Oxorongá, símbolo do poder
feiticeiro inerente à natureza feminina.
Muitos Odus de Ifá possuem itans que falam especificamente sobre
Oxun, destacando-se entre eles:
Em Ikadi Oxun é desonrada por seu próprio pai.
Em Oxetura obtém o reconhecimento de seus poderes de Ajé e é
declarada chefe das mães ancestrais.
Em Irosunká é nomeada como a primeira apetebí ao casar-se com
Orunmilá. No mesmo Odu Oxun salva o mundo da destruição total.
Em Ofunkanran salva Omolú da morte.
Em Ejiogbe livra Oiyá das garras dos inimigos.
Em Oxerosun, protege e salva o amor de Yemanjá e Ogun.
Assim é Oxun, doce veneno. Oxun, a fêmea ideal, o protótipo da
mulher, perfeita em sua próprias imperfeições. Mãe dos homens,
senhora, companheira, adversária e maior amiga.
Mas Oxun representa principalmente e em toda a sua complexidade, a
mulher, a maior, mais perfeita e completa criação de Deus, a obra
prima da natureza.


QUALIDADES DE OXUN SEGUNDO A SANTERIA DE CUBA


1 - IBU KOLE
Esta Oxun nasce no Odu Ogbetura e come galinha d’angola. É aquela
que cuida da casa e recolhe o lixo produzido dentro dela. Seu fio de
contas é amarelo ouro intercalado com âmbar e corais.

2 - OXUN OLOLODI
Trata-se de uma Oxun guerreira que porta uma espada. Seu adê é
adornado com búzios. Carrega um erukeré com o cabo adornado com
contas de Orunmilá. Dentro de sua sopeira coloca-se areia do mar e
do rio misturadas. Entre os ararás é conhecida como Atiti.

3 - OXUN OPARA ou APARÁ. (Em Cuba: Ibu Akparo)
Esta qualidade de Oxun nasce no Odu Owónrin Meji.
Seu nome secreto é Iganidan. É aquela que reina sem coroa. É
representada pela codorna. Vive na desembocadura do rio com o mar e,
segundo dizem, é surda. Come codornas e, com Yemanjá, come duas
galinhas cinzentas.

4 - OXUN IBÚ ANAN.
Esta Oxun é tocadora de tambor e nasce em Oturukponyekú. Seu orikí
diz: Aquela que ao ouvir o tambor corre em sua direção.


5 - IBU INÃNI.
Aquela que é famosa nas disputas. Seu igbá fica sobre areia de rio.
Leva um abebé de metal com dois guizos. Os ararás a chamam de
"Tukusi" ou "Tobosi".


6 - OXUN IJIMU OU YUMU.
Aquela que faz inchar a barriga sem que haja gravidez. Esta Oxun é
belíssima e nasce no Odu Ika Meji. Os ararás a chamam de "Tukusi" ou
de "Tobosi".

7 - OXUN IBU ODONKI.
Esta Oxun vive em cima de um pilão. Ao lado de seu igbá coloca-se um
cesto com material de costura. Seu oriki diz: O rio está crescendo e
suas águas estão cheias de lixo. Entre os Ararás é conhecida como
"Tokago".


8 - OXUN IBÚ ODOÍ.
Esta Oxun come inhame e, junto dela deve-se manter sempre, um inhame
cru. É estreitamente ligada com as Iyami e possui o dom da
feitiçaria. Entre os ararás é conhecida como "Fosupô".


9 - OXUN IBU OGALE.
Esta Oxun vive rodeada de telhas de barro É uma Oxun velha e
guerreira, considerada a guardiã das chaves. Os ararás a chamam de
"Oakerê".


10 - OXUN IYEPONDÁ.
A lenda conta que foi esta Oxun quem liberou Xangô do cativeiro.
Segundo outra lenda, esta Oxun foi morta e atirada às águas de um
rio, onde logrou ressuscitar. É guerreira e brigona. Entre os ararás
é conhecida pelo nome de "Agokusi".


11 - OXUN IBU ADESÁ.
Esta Oxun é a dona do pavão real, animal que lhe é sacrificado. Seu
nome significa: "A Coroa é Segura". Entre os ararás é conhecida como
"Abotô".


12 - OXUN AYEDÊ OU EYEDE.
Seu nome significa: "Aquela que age como uma rainha". Os ararás a
chamam de Iyaáde.


13 - OXUN OKPAXE ODO.
"Aquela que ressurgiu do rio depois de morta". É conhecida, entre os
ararás, como "Totokusi".


14 - OXUN IBUMI.
Esta Oxun é representada pelo camarão de água doce que, por sua vez,
é seu prato preferido. Não tem paradeiro, é caminhante e fujona.
Entre os ararás é conhecida pelo mesmo nome.


15 - OXUN IBU LATIE.
Esta Oxun vive no meio do rio. Só come em cabaças e seu igbá leva 15
flechas e cinco idés dourados. Não possui coroa e quando é vestida
enrola-se sua cabeça num ojá amarelo com um filá de búzios
pequeninos. Seu nome indica que possui poderes ilimitados e que tem
fundamento com Exú Elegbara. Os ararás a chamam de Kotunga.


16 - OXUN ELEKÉ OIYN.
Esta é uma Oxun guerreira e aguerrida. Seu igbá tem que estar sempre
besuntado de mel de abelhas da mesma forma que, segundo a lenda,
massageava seu próprio corpo com este material. É muito forte e
carrega nas mãos um bastão com a ponta em forma de forquilha.

17 - OXUN ITUMU.
Esta é uma Oxun guerreira e que adora confusões. Veste-se de branco
e usa calças compridas como os homens. Dizem ser uma temível amazona
que nas águas combate montada num crocodilo e na terra, no lombo de
um avestruz. Habita as lagoas de águas doces e pode ser encontrada
sempre na companhia de Inle e de Azawani. Os ararás a cultuam com o
nome de Hueyagbe.


18 - OXUN TINIBÚ.
Esta Oxun vive com Igbadu e nasce no Odu Ireteyero. É a matriarca da
Sociedade das Iyalodes. Come cabra, cuja cabeça, depois de seca, é
colocada sobre seu igbá. Conta a lenda que tem uma irmã chamada Miuá
Ilekoxexe Ile Bomu, que é cultuada junto com ela. Esta outra Oxun
não toma a cabeça de ninguém.


19 - OXUN AJAJURA.
Esta Oxun vive em lagoas, não usa coroa e é muito guerreira. Em seu
igbá coloca-se um casco de tartaruga.


20 - OXUN AREMU KONDIANO.
Teria sido a primeira a se manifestar numa cabeça humana. Veste-se
inteiramente de branco e seu fio de contas é de nácar e coral com
gomos de contas verdes e amarelas (de Orunmilá). Trata-se de uma
Oxun muito misteriosa. Tem estreita ligações com Obatalá, chegando,
por vezes, a ser confundida com ele. Esta Oxun, segundo um itan do
Odu Ogbekana, foi quem ajudou Orunmilá a esquartejar o elefante. Os
ararás a chamam de Tefande.

21 - OXUN IBUSENÍ.
Esta Oxun vive nas pequenas poças d’água que se formam próximo das
margens dos rios. É assentada em duas sopeiras. Cada uma com um otá.
É conhecida como Ajuaniynu, entre os ararás.


22 - OXUN IBUFONDÁ.
Esta Oxun morreu na companhia de Inle. Está sempre em guerra e não
abre mão de uma espada. Seu prato predileto é o inhame. Os ararás a
conhecem como Zehuen.


23 - OXUN IBU ODOKO.
Esta Oxun é muito poderosa e nasce em Ogbekana. É agricultora e
acompanha Orixaoko.


24 - OXUN AWAYEMI.
Esta Oxun nasce em Oyeku Meji. É inteiramente cega e vive na
companhia de Azawani e Orunmilá.

25 - OXUN IBU ELEDAN.
Esta Oxun nasce no Odu Oxe Leso (Oxe Irosun). É a dona das fossas
nasais Come cabrito capado e pequeno.


26 - OXUN IDERE LEKUN.
Nasce no Odu Oturasá. Vive nos buracos formados nas pedras pelas
ondas do mar nos locais de encontro do rio com o mar. Leva um
atabaque de cunha chamado "koto". Não usa coroa e esconde o rosto
que é deformado, com uma máscara de bronze.


27 - OXUN IBU INARE
Vive sobre o dinheiro e, na praia, sobre o caramujo aje. Esta Oxun
não gosta de dar dinheiro a ninguém.

28 - OXUN AGANDARÁ.
Esta Oxun nasce no Odu Ikadi. Vive sentada numa cadeira de braços ou
num trono. Seu igba deve estar sempre coberta com folhas secas de
oxibatá e oju oro.



VERSOS_____________________________________________________________________



ÀDÚRÀ OSUN

- Osun mo pé ó o!
- N’ò pé o s’Ikú eni kankan
- Béni n’ó s’árùn eni kankan,
- Mo pé ó níní owo.
- Mo pé ó sí níní omo,
- Mo pé ó sí níní aláfià.
- Mo pé ó sí òró.
- Kí àwa má ríjà ami o,
- Odoodún ní a mi orógbó.
- Odoodún ní mí obi lóri àte o,
- Odoodún ni ki wón ma rí wá o!
- Bi a se, èyi ju bàyi lo, ni àmódún.
- Òsun só wá, ki o máà sí wàbálà lárín àwa omo ré.
- Kí ilé má jò wá.
- Kí òna má nà wa o.
- Pèsè àse fún wá o.
- Eni ase àmódi ara.
- Fun ní àláfià o.
- Okó oba, àdá oba, kí ó ma sá wa lèsè o.
- Kí àwa má rí Ogun idilé!


TRADUÇÃO:
- Oxun eu te chamo
- Não te chamo por causa da morte,
- Não te chamo por causa da doença de alguém.
- Eu te chamo para que tenhamos dinheiro.
- Eu te chamo para que tenhamos filhos.
- Eu te chamo para que tenhamos saúde.
- Eu te chamo para que tenhamos uma vida serena.
- Para que não sejamos vitimados pela ira das águas.
- Dizem que anualmente há orobôs na feira.
- Dizem que anualmente há obís novos na feira.
- Que as pessoas nos vejam todo o ano.
- Do mesmo modo que fizemos tua festa, que possamos fazer outra
melhor, no próximo ano.
- Oxun, nos proteja, para que não haja problemas entre nós, teus
filhos.
- Para que haja paz em nosso lar.
- Que nossos objetivos não se voltem contra nós.
- Dá-nos axé!
- À quem estiver doente,
- Dá saúde!
- Que as leis dos homens não sejam infringidas por nós.
- Que não haja problemas em nossa família!




ORIKI OSUN (Usado na Santeria de Cuba)

Yeyé wáile unsebó umbó omiô. Alade olugbá ibú laiye Agbá mofé kiwo.
Yeyé mi na muwá omi tutu nitosi uwenderé ati amagbe kpelu ré arun
asó kele ati sagbe kpefu ré arun, aso kpele mitosí di onire bogbo na
burukú iwo ikó .
Olodumare obinrín okpa arô osátaní airô ati iwaju elo ojú ati rérin
misin juló Legba ni bogbo na Osá aiyagbá ati olugba ni bogbo na wura
ni laiya Iyami, Asé.

TRADUÇÃO APROXIMADA:
Mãe, venha à minha casa fazer o ebó através das águas.
Rainha e Senhora de todos os rios, nós, teus filhos, suplicamos que
tu, nossa mãe, traga-nos a água que limpa e refresca nossos corpos,
e que nos seques depois com teus cinco panos para livrar-nos de
todos os males.
Oh, Mãe! Mensageira de Olodumare, Santa Iyagbá, dona dos cabelos,
rosto, olhos e boca mais formosos do mundo, aquela que é dona do
ouro, minha Mãe! Axé!




LENDAS_____________________________________________________________________


ÌTAN DE ÒSUN

Nigbá tí àun ó sì mo bò láti òdò Olódùmaré un ló kó okú omo lé lówó
wípé eni tí òrìsà bá sèdá kalè tán, bi Òsun yò se móo pin omo fun
gbogbo àwon tí omo
kò bá fé gba inú won wáyé. Àti bí omo bá nwá ninú, eni ti ó mo se
itójú rè
ti kò fi ní í móo rí ìdàànú títí o fi móo wáyé. Tó bá sì wà sí ayé
nàá,
nígbà tí kò tíi ní òye tí kòì tí mò èdèé fò, gbogbo ònà àwòyè rè
Òsun ni wón
kó okùn omo lé lowo. Kò sì gbodò binú enìkan pé elèyí ni òtá mi, kò
ye kó
bimo tàbi elèyi ni òré mi. Isé ti won rán Òsun oùn nìyí, àun ni
Ìyàmi àkókó,
òun si ni Olùtójúu àwon omo láti nú títí di ìgbá ti yi ni òye táà ñ
pè ní
àwòyè Òsun ni álàwòyé omo. Bi Òsun ò ti se gbogbo bá enìkan sòtá
nìyì.




LENDA DE ÒSUN

No tempo da criação, quando Òsun estava vindo das profundezas do
òrun, Olódùmaré confiou-lhe o poder de zelar por cada uma das
crianças criadas por Òrisà (Oxàlà), que iriam nascer na terra. Òsun
seria a provedora de crianças. Ela deveria fazer com que as crianças
permanecessem no ventre de suas mães, assegurando-lhes medicamentos
e tratamentos apropriados para evitar abortos e contratempos antes
do nascimento, mesmo depois de nascida a criança, até ela não estar
dotada de razão e não estar falando alguma língua, o desenvolvimento
e a obtenção de sua inteligência estariam sob os cuidados de Òsun.
Ela não deveria encolerizar-se com ninguém a fim de não recusar uma
criança a um inimigo e dar gravidez a um amigo. A tarefa atribuida a
Òsun transforma-a na primeira Ìyá-mí, encarregada de ser a Olùtójú
awon omo (aquela que vela por todas as crianças) e a Álàwòyè Omo (aquela de cura as crianças). Òsun não deve vir a ser inimigo(a) de
ninguém.


...
Òsun é a divindade do rio òsun em Ìjèsà na África, atravessando a
cidade de Òsogbo onde lá existe seu principal culto, atravez do
Atáója. (esse o Obá da cidade).
Conta-se que o primeiro Obá de Osogbo estava as margens do rio òsun,
quando esse pedia proteção e auxilio para vários problemas, foi
quando um peixe pulou sobre seu colo e "cuspiu-lhe" água, vontando
para o rio novamente. Sobre seu filá ficou depositado tal água que
ele bebeu asfixiadamente. Após tal ato grande parte de seus
problemas foram resolvidos e apartir de então ele, lá, aos pés de
uma árvore criou o primeiro templo de Òsun, e transformou-se em
"A-tewo-gbaeja", abreviando Atáója - aquele que aceita o peixe.
Òsun, associada a procriação e a fertilidade, dona das águas doces e
protetora de todas as crianças.

(Excerto do livro "OS NAGO E A MORTE")


OXUN Orê Yeyê ô!

Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as
belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga
e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este
metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Sí uma
mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos
comerciantes de cobre. Omiro wanran wanran wanran omi ro! "A água
corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!" Oxum lavava suas
jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a
reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que
desejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher de Xangô. A primeira
chamava-se Oiá-Iansã e a terceira Obá. Oxum tem o humor caprichoso e
mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elas
deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de
brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a
outro. Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando,
cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e inundando
campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à
outra, pois ponte nenhuma as ligava. Oxum não toleraria uma tal
ousadia! Quando ela está em fúria, ela leva para longe e destrói as
canoas que tentam atravessar o rio. Olowu, o rei de Owu, seguido de
seu exército, ia para a gerra. Por infelicidade, tinha que
atravessar o rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez
a Oxum uma promessa solene, entretanto, mal formulada. Ele declarou:
" Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar
e seguir para a guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan
rere", isto é, boas coias. Oxum compreendeu que ele falava de sua
mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível das águas e
Olowu continuou sua expedição. Quando ele voltou, algum tempo
depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou
Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas
águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas
coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois, galinhas e
escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde
suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas
Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as margens. Era Nkan, a
mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e
jogar nas águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu
no fundo do rio. Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido
dizendo: "É Nkan que me foi solenemente prometida e não a criança.
Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua
terra. O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha,
indignado declarou: "Não foi para que ela servisse de oferenda a um
rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o
expulsou do país. O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são
sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, o primeiro rei deste
lugar, aí instalou-se e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época
em que chegou, uma de suas filhas fôra se banhar. O rio a engoliu
sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte, soberbamente vestida, e
declarou que Oxum a havia bem acolhido no fundo do rio. Larô, para
mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. Numerosos peixes,
mensageiros da divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os
alimentos jogados nas águas. Um grande peixe chegou nadando nas
proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que
Larô recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o
rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe
saltou sobre ela. Isto é dito em iorubá: Atewo gba ejá. O que deu
origem a Ataojá, título dos reis do lugar. Ataojá declarou então:
"Oxum gbô!" "Oxum esta em estado de maturidade, suas águas são
abundantes." Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos
faz-se, aí, grandes festas em comemoração a todos estes
acontecimentos.

(Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger e
Carybé - Editora Currupio)


CONVERSA ENTRE OBATALÁ E OXUM

Conversa de Orixás...
Obatalá... Espera, Oxum! Não posso interferir no processo de vida e
morte, mas tenho, como tu mesma tens poderes para criar e consagrar
símbolos que perpetuem um ser. Que o represente em qualquer situação
e que possa ser renovado constantemente. Um símbolo vivo de alguém
que já morreu!
E este símbolo deverá participar de todos os rituais em nossa honra!
E representará, com sua presença, não só a presença de seu pupilo,
como também de todos aqueles que um dia receberam o sagrado OXU, que
estabelece a aliança firmada entre o iniciado e seu Orixá! Um
símbolo que possa representar também a Terra, onde habitam seus
corpos depois de levados por IKU!
A GALINHA D'ANGOLA gritaram todos em unissono.
Oxum providenciou, imediatamente, uma galinha d'angola, que naquele
tempo era inteiramente preta, e Obatalá lá soprou sobre ela pó de
efun, pintalgando-a de branco, como hoje ela é. Oxum, então,
modelou, com manteiga de orí da Costa, um cone ao qual acrescentou
diversos componentes mágicos, e fixo-o sobre a cabeça da ave, dando
a ela o status de ODOXU (aquele que possui OXU), que distingue os
iniciados no Culto dos Orixás.
OBATALÁ sentenciou: A partir desse dia, serás representado, em todos
os rituais, por ETU, a galinha d'angola. Qualquer ritual em que ela
não estiver presente, não será por nós validado. Esta ave é, a
partir de agora o símbolo dos iniciados do qual foste o precursor e
, por isso nascerá provida de OXU e da pintura de efun que é feita
em minha honra!
É por isso que, ainda hoje, a galinha d'angola deve estar presente
em todas as cerimonias em honra aos Orixás, e uma parte dela compõe
o OXU, que é colocado sobre a cabeça do neófito na hora de sua
iniciação.

Trecho do livro - Igbadu - A Cabaça da Existência ( Adilsom de
Oxalá)
A Galinha D'Angola ( J. Flavio P. de Barros)


Oxum exige a filha do rei em sacrifício

Certa vez, Oloú, rei de Oloú, precisava atravessar o rio onde vivia
Oxum.
O rio naquele dia se encontrava enfurecido e os exércitos do rei não
podiam passar pelas traiçoeiras correntezas.
Oloú fez um pacto com Oxum para que baixasse o nível das águas.
Em troca lhe oferecia um bela prenda.
Oxum entendeu que Oloú estava prometendo Prenda Bela.
Prenda Bela era o nome da mulher de Oloú, filha dileta do rei de
Ibadã.
Oxum baixou o nível das águas e Oloú passou com seu exército.
Oloú jogou no rio a bela prenda:
uma grande oferenda com as melhores comidas e bebidas, os mais finos
tecidos, jóias luxuosas e raros perfumes, correntes de ouro puro,
banhos preciosos.
Tudo foi devolvido para as areias das margens de Oxum.
Oxum só queria Prenda Bela, a princesa.
Tempos depois, Oloú retornou vitorioso de sua expedição e, ao chegar
ao rio, este novamente estava turbulento, O rei ofereceu de novo o
mesmo que ofertara antes:
uma bela prenda com as melhores comidas e bebidas os mais finos
tecidos, jóias luxuosas e raros perfumes,
correntes de ouro puro, banhos preciosos.
Oxum recusou o oferecido.
tudo foi devolvido à praia, intocado.
Ela queria Prenda Bela, a esposa de Oloú, que estava grávida.
Contrariado, mas sem ter outra saída, Oloú lançou ao rio sua
indefesa e grávida consorte.
ao ser lançada às águas revoltas, Prenda Bela deu à luz uma criança.

Oxum devolveu a criança; era somente Prenda Bela que ela queria.
Oloú seguiu seu caminho, retornando muito triste a seu reino.
O rei Ibadã logo foi informado do fim trágico da filha.
Declarou guerra a Oloú, venceu-o e o expulsou para sempre do país.

(Mitologia dos Orixás,2001,pp.335)


Oxum Apará tem inveja de Oiá


Vivia Oxum no palácio em Ijimu.
Passava os dias no seu quarto olhando seus espelhos.
Eram conchas polidas onde apreciava sua imagem bela.
Um dia saiu Oxum do quarto e deixou a porta aberta.
Sua irmã Oiá entrou no aposento, extasiou-se com aquele mundo de
espelhos, viu-se neles.
As conchas fizeram espantosa revelação a Oiá.
Ela era linda! A mais bela!
A mais bonita de todas as mulheres!
Oiá descobriu sua beleza nos espelhos de Oxum, Oiá se encantou, mas
também se assustou:
era ela mais bonita que Oxum, a Bela.
Tão feliz ficou que contou do seu achado a todo mundo.
E Oxum Apará remoeu amarga inveja, já não era a mais bonita das
mulheres.
Vingou-se.
Um dia foi à casa de Egungum e lhe roubou o espelho, o espelho que
só mostra a morte, a imagem horrível de tudo o que é feio.
Pôs o espelho do Espectro no quarto de Oiá e esperou.
Oiá entrou no quarto, deu-se conta do objeto.
Oxum trancou Oiá pelo lado de fora.
oiá olhou no espelho e se desesperou.
Tentou fugir, impossível.
Estava presa com sua terrível imagem.
Correu pelo quarto em desespero.
Atirou-se no chão.
Bateu a cabeça nas paredes.
Não logrou escapar nem do quarto nem da visão tenebrosa da feiúra.
Oiá enlouqueceu.
Oiá deixou este mundo.
Obatalá, que a tudo assistia, repreendeu Apará e transformou Oiá em
orixá.
Decidiu que a imagem de Oiá nunca seria esquecida por Oxum.
Obatalá condenou Apará a se vestir para sempre comas cores usadas
por Oiá, levando nas jóias e nas armas de guerreira o mesmo metal
empregado pela irmã.

(Mitologia dos Orixás,2001,pp.325)


(0)

Logo que todos os Orixás chegaram à terra, organizavam reuniões das
quais mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada por não poder
participar das reuniões e das deliberações, resolve mostrar seu
poder e sua importância tornando estéreis todas as mulheres, secando
as fontes, tornando assim a terra improdutiva.
Olodumaré foi procurado pelos Orixás que lhe explicaram que tudo ia
mal na terra, apesar de tudo que faziam e deliberavam nas reuniões.
Olodumaré perguntou a eles se Oxum participava das reuniões, foi
quando os Orixás lhe disseram que não. Explicou-lhes então, que sem
a presença de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, nada iria dar
certo.
Os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos e
reuniões, e depois de muita insistência, Oxum resolve aceitar.
Imediatamente as mulheres tornaram-se fecundas e todos os
empreendimentos e projetos obtiveram resultados positivos. Oxum é
chamada Iyalodê (Iyáláòde), título conferido à pessoa que ocupa o
lugar mais importante entre as mulheres da cidade.


(1)

Certa vez, numa festa de Oxalá, as sacerdotisas dos vários orixás,
com inveja da de Oxum, puseram-lhe um feitiço: quando todos se
levantaram para saudar Oxalá, ela ficou presa na cadeira e suas
roupas ficaram sujas de sangue. Todos riram e Oxalá ficou zangado. A
sacerdotisa, envergonhada, tentou se esconder, mas nenhum orixá lhe
abriu a porta. Só Oxum a recebeu e transformou as gotas de sangue em
penas de papagaio. Sabendo dessa magia, os outros orixás vieram
prestar homenagem a Oxum e Cxalá lhe deu a proteção das filhas de
santo, que durante a iniciação passaram a usar uma pena vermelha na
testa.


(2)

Houve um tempo em que os orixás masculinos se reuniam para discutir
sobre a vida dos mortais e não deixavam as deusas participarem das
decisões. Aborrecida com isso, Oxum fez com que as mulheres ficassem
estéreis e então tudo deu errado na terra. Os orixás foram consultar
Olorum e ele explicou que sem a presença de Oxum com seu poder sobre
a maternidade, nada poderia dar certo. Os orixás, então, convidaram
Oxum para participar das reuniões: as mulheres voltaram a ser
fecundas e todos os projetos dos orixás tiveram bom resultado.


(3)

Quando Xangô se apaixonou por Oxum, ela o recusou; então ele tentou
violentá-la. Foi impedido por Exu, que os separou, dizendo que eles
só poderiam se unir se ela o aceitasse livremente. Zangado, Xangô
trancou Oxum numa torre muito alta, dizendo que só a soltaria quando
ela o aceitasse. Oxum chorou muito; então Exu passou e perguntou o
que acontecera. Sabendo da história, foi correndo levar seu pedido
de socorro a Olorum. Este soprou em Oxum um pó que a transformou em
pomba; assim, ela pôde voar e sair da torre pela janela.


(4)



Conta-nos uma lenda, que Oxum queria muito aprender os segredos e
mistérios da arte da adivinhação, para tanto, foi procurar Exú.
Exú, muito matreiro, falou à Oxum que lhe ensinaria os segredos da
adivinhação, mas para tanto, ficaria Oxum sobre os domínios de Exú
durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em
troca ele a ensinaria.
E, assim foi feito, durante sete anos Oxum foi aprendendo a arte da
adivinhação que Exú lhe ensinará e consequentemente, cumprindo seu
acordo de ajudar nos afazeres domésticos na casa de Exú. Findando os
sete anos, Oxum e Exú, tinham se apegado bastante pela convivência
em comum, e Oxum resolveu ficar em companhia desse Orixá.
Em um belo dia, Xangô que passava pelas propriedades de Exú, avistou
aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um
rio e de pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com
Oxum.

Foi-se a tal ponto que Xangô, viu-se completamente apaixonado por
aquela linda mulher, e perguntou se não gostaria de morar em sua
companhia em seu lindo castelo na cidade de Oyó. Oxum rejeitou o
convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Exú.
Xangô então irritado e contrariado, seqüestrou Oxum e levou-a em sua
companhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo. Exú, logo de
imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por
todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupila de
anos de convivência.
Chegando nas terras de Xangô, Exú foi surpreendido por um canto
triste e melancólico que vinha da direção do palácio do Rei de Oyó,
da mais alta torre. Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua prisão
e permanência na cidade do Rei.
Exú, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto
agrado lhe cedeu uma poção de transformação para Oxum
desvencilhar-se dos domínios de Xangô. Exú, através da magia pode
fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção. Oxum tomou de
um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba
dourada, que voou e pode então retornar em companhia de Exú para sua
morada.


Por que as mulheres jogam búzios

Orunmilá contava com a ajuda de Ossain para os assuntos de saúde e
Exu para os demais assuntos. Tendo se tornado muito conhecido como
profeta e médico, e precisou de uma pessoa para ajudá-lo, escolhendo
Oxun. Esta não sabia jogar, mas todos lhe faziam perguntas, e ela
ficou descontente, pedindo para aprender o jogo. Orunmilá concordou,
porém através de Exu. Ele dá as respostas e Oxun as transmite. Oxun
só podia jogar com búzios.



ERVAS______________________________________________________________________


Agrião do Pará/ Jambuaçu - É usado nas obrigações de cabeça e
nos abô, para purificação de filhos; como axé nos
assentamentos da deusa de água doce. A medicina caseira usa-o
para combater tosses e corrigir escorbuto (carência de
vitamina C). É, também, excitante.
Alfavaca de cobra - É usada em todas as obrigações de cabeça.
No abô também é usada, o filho dorme com a cabeça coberta.
Antes das doze horas do dia seguinte o emplastro é retirado, e
torna-se um banho de purificação. A medicina caseira a indica
como combatente ao mau-hálito.
Arapoca branca - Suas folhas são utilizadas nas obrigações de
cabeça e nos abô; no Candomblé são usadas em sacudimentos
pessoais. As casacas desta servem para matar peixes. A
medicina caseira utiliza as folhas como antitérmico, contra
febres. Age também como excitante.
Bananeira - Muito empregada na culinária dos Orixás. Suas
folhas forram o casco da tartaruga, para arriar-se o ocaséo a
Oxum. A medicina caseira prepara de sua seiva um xarope de
grande eficácia nos males das vias respiratórias ou doenças do
peito.
Brio de estudante/ Barbas de baratas - Desta erva apenas a
raiz é utilizada. Ela fornece um bom corante que é usado nas
pinturas das yawo, de mistura com pemba raspada. A medicina
popular utiliza o chá, meia hora antes de dormir, para ter
sono tranqüilo.
Caferana/ alumã - São utilizadas nas aplicações de cabeça e
nos abô. Usado na medicina popular como: laxante, fazendo uma
limpeza geral no estômago e intestinos, sem causar danos; é
ótima combatentes; poderoso vermífugo e energético tônico.
Camará/ cambará - Utilizada em quaisquer obrigações de cabeça,
nos abô e nos banhos de purificação. A medicina caseira a
emprega muito em xarope, contra a tosse e rouquidão e ainda
põe fim às afecções catarrais.
Camomila/ marcela - Tem restrita aplicação nas obrigações
litúrgicas. Entretanto, é usada nos banhos de descarrego e nos
abô. No uso popular é de grande finalidade em lavagens
intestinais das crianças, contra cólicas e regularizadora das
funções dos intestinos. O chá das flores é tônico e
estimulante, combate as dispepsias e estimula o apetite.
Cana fístila/ Chuva de ouro - Aplicada nos abô e nas
obrigações de cabeça, usada também nos banhos de descarrego
dos filhos de Oxum. Seu uso popular é contra os males dos
rins, areias e ardores. O sumo das folhas misturado com clara
de ovo e sal mata impigens.
Chamana nove horas/ Manjericona - Usada em obrigações de
cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos de
Oxum. O povo a utiliza em disenterias.
Erva de Santa Maria: São empregadas em obrigações de cabeça e
em banhos de descarrego. Como remédio caseiro é utilizada para
combater lombrigas (ascárides) das crianças, também é ótimo
remédio para os brônquios.
Ervilha de Angola/ Guando - É empregada em quaisquer
obrigações. O povo usa as pontas dos ramos contra hemorragias
e as flores contra as moléstias dos brônquios e pulmões.
Flamboiant - Não é utilizado em obrigações de cabeça, sendo
usado somente em algumas casas, em banhos de purificação dos
filhos dos orixás. Porém suas flores tem vasto uso, como
ornamento, enfeite de obrigação ou de mesas em que estejam
arriadas as obrigações. Sem uso na medicina comercial.
Gigoga amarela/ Aguapê - Usado nos abô, nos ebori e banhos de
limpeza, pois purifica o aura e afugenta ou anula Eguns. A
medicina popular manda que as folhas sejam usadas como
adstringente e, em gargarejos, fortalecem as cordas vocais.
Ipê amarelo - Aplicada somente em defumações de ambientes. Na
medicina popular é usada em gargarejos, contra inflamações da
boca, das amígdalas e estomatite. O que vai a cozimento são a
casca e a entrecasca.
Lúca/ Árvore da pureza - Seu pendão floral é usado plena e
absolutamente, em obrigações de ori dos filhos de Oxum. Não
possui uso na medicina popular.
Macaçá - Aplicação litúrgica total, entra em todas as
obrigações de ori nos abô e purificação dos filhos dos orixás.
O povo a usa para debelar tosses e catarros brônquios; é usada
ainda contra gases intestinais.
Mãe boa - É erva sagrada de Oxum. Só é usada nas obrigações
ritualísticas, que se restringe aos banhos de limpeza. Muito
usada pelo povo contra o reumatismo, em chá ou banho.
Malmequer /Calêndula - É usada em todas as obrigações de ori e
nos abô, e nos banhos de purificação dos filhos de Oxum. As
flores são excitantes, reguladoras do fluxo menstrual. As
folhas são aplicadas em fricções ou fumigações para facilitar
a regra feminina.
Malmequer miúdo - Aplicado em quaisquer obrigações de ori, nos
abô e nos banhos de limpeza dos filhos que se encontram
recolhidos para feitura do santo. Como remédio caseiro, é
cicatrizante e excitante.
Orriri de Oxum - Entra em todas as obrigações de ori, nos
banhos de limpeza. O povo a indica como diurético e
estimulador das funções hepáticas.
Vassourinha de botão - Muito usado nos sacudimentos pessoais.
Não possui qualquer uso na medicina popular.



REZAS______________________________________________________________________

Gbàdúrà Òsún

Ìyá ó yèyé ó Òsún a 'nbo rí óMãe, ó mamãe Oxum, nós a
cultuamos e admiramos
Kí yèyé so, kí yèyé so miCumprimentamo-vos, mamãe, fale,
cumprimentamo-vos mamãe fale comigo
L'òrun mojú l'ònònDo céu olhe-me nos caminhos
Ó ayaba ki gbé l'odò, omi tojúÓ Rainha que mora no rio, que
toma conta
OlùtojúGuardiã das águas




IGUARIAS___________________________________________________________________


Omolokum para Oxum

Ingredientes: 500g de feijão fradinho; 1 cebola; azeite de oliva; 8
ovos.

Modo de preparo: Cozinhe o feijão fradinho com cebola e azeite de
oliva, depois de cozido amasse-o bem até formar uma pasta. Coloque
um recipiente de louça enfeite com os 8 ovos cozidos cortados em
quatro e regue com bastante oliva.


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